Estrela pop rural, Paula Fernandes evita prisão dos rótulos e segue cantando o amor



Seguida por milhões de pessoas nas redes sociais e uma das artistas mais bem-sucedidas do showbiz brasileiro atualmente, com 4,5 milhões de discos (DVDs  e CDs) vendidos, a cantora mineira Paula Fernandes tem motivos de sobra para sentir-se em seu melhor momento. 
Com 31 anos, 23 de carreira e seis desde que estourou nas paradas e se transformou no maior nome feminino do sertanejo, incluindo o cacife de gravar duetos com os astros internacionais Taylor Swift, Shania Twain, Alejandro Sanz e Juanes, Paula segue bem, obrigado, profissionalmente, e na vida pessoal namora o dentista Henrique Valle, 35.
A partir do próprio nome Amanhecer (Universal), o novo álbum da cantora busca traduzir esse bem-estar. “Estou mais madura em todos os sentidos, na vida pessoal, na vida artística. O disco representa este momento e, ao mesmo tempo, traz um frescor”, diz,  segura  e com sua bonita mineirice  na tarde paulistana.
O primeiro xote de base sertaneja, mas com uma musicalidade pop que vai além dos rótulos, Amanhecer valoriza a voz bela e grave de Paula Fernandes e vai do country pop (o single A Paz Desse Amor) à nostalgia rural (Pedaço de Chão, com participação de Almir Sater), passando por baladas, moda de viola (Água de Bico) e  xote (Pra Quem Sabe Sonhar), com arranjos que mesclam instrumentos orgânicos e programações eletrônicas.
“Tudo que está no disco, todas as vertentes, representa quem eu sou e o que me tornei nesses anos de estrada, num conjunto de influências. Eu nunca havia gravado um xote, por exemplo, e isso foi influenciado pelas minhas viagens nos shows pelo Nordeste.  É o meu disco mais musical”, explica.
Sonho alado
O amor, desde sempre o tema predileto das letras de Paula, ganha realce em Amanhecer. E o maior responsável por isso, o namorado Henrique (que ela chama carinhosamente de Momô durante a nossa conversa e também no encarte), inspira a boa vibe da faixa Menino Bonito.
“Sim, a música é pra ele (risos). Ele é o meu sonho alado. Sempre gostei de cantar o amor, é natural. Nem sei explicar direito. Eu nem tinha namorado mesmo, tirando um menino que havia na escola, e falei de amor na primeira canção que fiz, como se tivesse vivido aquele sentimento todo”, conta.
Discreta em sua vida particular, preferindo ficar em casa do que frequentar  baladas, Paula Fernandes diz que já aprendeu a lidar com a mídia em tempos de redes sociais intensas e superexposição.
“Felizmente, sou muito independente. E mesmo assim leio coisas sobre mim que não fazem sentido. Pros meus fãs realmente, recomendo sempre que busquem verificar a credibilidade do que estão lendo sobre mim na internet, por que hoje é um vale tudo pelo clique”.


Maternidade
Uma das poucas mulheres de destaque no sertanejo, Paula não acha que o gênero é mais ou menos machista do que qualquer outro gênero na cena musical. Porém, aponta que algumas canções do baladeiro estilo universitário agridem as mulheres. “Mas tem canções legais no sertanejo universitário, também”, ressalta.
Com agenda sempre cheia, a artista afirma que ainda não bateu a vontade de ser mãe, mas que isso virá um dia, mesmo porque “Momô gosta da ideia”. “É preciso planejar, é muita responsabilidade, e filho requer atenção e cuidado de perto. Quanto à forma física, não me preocupo. Ter filho não acaba o corpo da mulher - o que acaba é a boca”, brinca.
Distinguindo o que é ser cantora e o que é ser autora, Paula diz que é “top” interpretar o que ela própria escreve. “Eu canto porque gosto de ouvir a minha voz. Tem gente que canta porque gosta de cantar - eu também gosto, mas canto mesmo porque gosto de me ouvir”, fala, vaidosa.

Fonte: Correio 24 Horas